A parada está ficando séria. A briga entre o
bilionário, Elon Musk, e o ministro do supremo tribunal federal do Brasil pode afetar diretamente
as Forças Armadas Brasileiras e eu vou te explicar o porque. Sem delongas, só peço que se inscreva
para me ajudar a chegar aos 900 mil inscritos e deixe seu like no vídeo. Sejam todos muito bem
vindos a mais um vídeo de geopolítica do canal “Vamos falar de História?”.
Como todos estão acompanhando, há uma briga muito grande entre Elon Musk e um
ministro do supremo tribunal federal do Brasil.
No episódio mais recente dessa queda de braço,
o ministro brasileiro deu 24 horas para que o bilionário sul-africano naturalizado
estadunidense, enviasse um representante legal do “X”, o antigo Twitter, para prestar
certos esclarecimentos. E essa briga, como tudo na vida, tem os dos lados.
Há quem defenda a iniciativa de Elon Musk, que luta contra um ministro que ameaça a
democracia e a liberdade de expressão no Brasil.
Há também quem defenda o tal ministro,
que estaria lutando contra um bilionário que acha que o Brasil é uma terra sem lei.
Fato é que essa briga de titãs está causando efeitos colaterais que vai afetar literalmente
milhões e milhões de brasileiros. Uma briga que agora está começando a afetar instituições
que são bases de uma nação. Instituições como escolas e até mesmo as Forças Armadas Brasileiras.
Isso porque agora o ministro brasileiro bloqueou as contas bancárias da Starlink, que hoje é a
principal internet via satélite no Brasil.
Mas antes de falar sobre como essa briga está
começou a afetar as forças armadas brasileiras, vou explicar o que é a Starlink e como ela passou
a operar de uma forma tão expressiva no Brasil.
A Starlink é uma subsidiária da SpaceX, a empresa
de exploração espacial fundada por Elon Musk.
Ela oferece serviços de internet
através de uma vasta rede de satélites, direcionada principalmente para pessoas em áreas
remotas, onde a infraestrutura tradicional, como cabos e postes, é inexistente.
Especialistas que monitoram satélites estimam que mais de 6 mil satélites da
Starlink já foram lançados ao espaço. De acordo com a própria empresa, esta é a
maior constelação de satélites do mundo, atendendo usuários em 37 países.
Os satélites Starlink foram colocados em órbita baixa ao redor da Terra para maximizar
a velocidade de conexão entre os satélites e o solo. O lançamento dos satélites é realizado pela
própria SpaceX, utilizando o foguete Falcon 9.
A Starlink recebeu autorização da
Anatel para operar no Brasil em 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro,
com a concessão válida até 2027. Desde então, a Amazônia tornou-se o principal mercado
da empresa de Elon Musk no país.
Iniciando suas operações na região em setembro
de 2022, a Starlink rapidamente se destacou, tornando-se a líder entre os provedores de banda
larga fixa via satélite na Amazônia Legal.
De acordo com um levantamento exclusivo
da BBC News Brasil, até julho de 2023, a empresa já havia instalado antenas
em 90% dos municípios da região.
A maioria desses clientes está localizada em
áreas de difícil acesso na Amazônia, onde a infraestrutura tradicional de internet de banda
larga é inexistente. A Starlink tem possibilitado avanços significativos, como o uso de cartões de
crédito, débito e Pix em cidades que antes não contavam com internet de alta velocidade.
E no Brasil, hoje, a Starlink atende mais de 250 mil clientes, incluindo pequenas
empresas, escolas e até socorristas. E segundo a Agência Brasil, órgãos públicos como
tribunais eleitorais e as Forças Armadas tem contrato com a Starlink. E é aí que sua suspensão
passa a afetar as forças armadas brasileiras.
Uma carta confidencial do Ministério da Defesa,
datada de junho deste ano, revela que as Forças Armadas brasileiras estavam profundamente
preocupadas com a possibilidade de interrupção dos serviços fornecidos pela Starlink.
O documento ressalta o risco significativo que a ausência desses serviços representaria
para operações militares estratégicas.
Nele, as Forças Armadas destacam que
a internet via satélite oferecida pela Starlink é essencial para a operação eficiente
de tropas especializadas em áreas remotas. A alta confiabilidade, rápida instalação e ampla
cobertura da Starlink, com mínima interferência, são citadas como cruciais para garantir
a prontidão estratégica e a segurança das operações em todo o território nacional.
A Marinha do Brasil, por exemplo, alertou que uma interrupção abrupta nos serviços
da Starlink poderia resultar em uma "degradação na capacidade de informações meteorológicas e
logísticas", afetando negativamente operações de resgate e salvamento, além de comprometer
a segurança da navegação. Segundo o documento, buscar alternativas a esses serviços seria não
apenas custoso, mas também ineficaz, considerando a qualidade superior oferecida pela Starlink.
Uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo também revela que a Marinha brasileira utiliza
a internet da empresa em alguns dos seus principais navios, justificando
isso como parte de um interesse experimental na tecnologia de Elon Musk.
Como podemos ver, a disputa entre Elon Musk e o ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil
vai muito além de uma simples briga entre um bilionário e um representante do judiciário.
As consequências dessa batalha podem impactar profundamente instituições fundamentais do
país, como as Forças Armadas, e até mesmo milhões de brasileiros que dependem dos
serviços da Starlink em áreas remotas.
É um cenário complexo, onde a geopolítica, a
tecnologia e a soberania nacional se entrelaçam de maneira crítica. Resta-nos acompanhar de perto
os desdobramentos dessa situação e entender como isso pode moldar o futuro da conectividade
e da segurança no Brasil.